Como previa o mercado, a Sony anunciou na última quarta-feira que o PlayStationganhará nova versão. O PlayStation 4 fará importantes atualizações de hardware, mas seu trunfo, por ora, está nas implementações de software, muitas delas correções de problemas de seu atual sistema, o PS3. Com o novo console, a empresa japonesa busca ser mais social e contemporânea, apostando no recurso conhecido como segunda tela e no compartilhamento de conteúdo. O desafio agora é atender às expectativas do consumidor de jogos eletrônicos - um exigente por excelência. O videogame chega ao mercado dos Estados Unidos em dezembro, e a Sony promete colocar o aparelho no Brasil na mesma época. O primeiro contato oficial dos brasileiros com o PS4, contudo, deve ocorrer em outubro, durante a feira Brasil Game Show (BGS), que acontece em São Paulo.
O pacote de novos recursos foi apelidado pela Sony de "experiência PlayStation". O novo console foi desenvolvido com base em uma arquitetura similar à de um computador, mas as inovações prometidas pelo aparelho vão além de um hardware poderoso. Em tese, duas inovações funcionam como pilares do PlayStation 4: o compartilhamento de conteúdo via redes sociais e a adoção do conceito de segunda tela, que no caso da companhia japonesa se resume à integração do videogame com o portátil PS Vita, com os smartphones e os tablets.
A Sony decidiu não gastar tempo com o desenvolvimento de uma rede social própria ou de um novo serviço de streaming de vídeo. Ao contrário, fechou parcerias com os melhores do setor: Facebook e Ustream, respectivamente. A empresa levou tão a sério o recurso de compartilhamento de conteúdo que remodelou o DualShock, seu famoso joystick. Na nova versão do controle, apresentado com toda pompa por Mark Cerny, arquiteto líder do projeto PlayStation 4, o jogador só precisa apertar um único botão para dividir com todos os amigos de sua rede os melhores momentos de sua jogatina. Esse pode ser o fim dos fóruns, habitat natural dos gamers, que nasceu justamente com esse propósito. A Ustream, por sua vez, já é uma plataforma popular entre os jogadores. No novo console, contudo, a integração permitirá que os usuários transmitam suas partidas em tempo real, conversem com seus amigos da rede e acima de tudo peçam ajuda ao se deparar com uma fase intransponível.
Esse diálogo entre jogador e comunidade não termina quando o console é desligado. Ao adicionar a seu produto o recurso popularizado com o nome de "segunda tela" - pelo qual uma pessoa interage com um aplicativo de um dispositivo móvel ao mesmo tempo em que assiste à TV -, a Sony marca presença nos smartphones e tablets (iOS e Android), plataformas com potencial para games que hoje emergem como concorrentes indiretos do PlayStation 3. Por meio de um aplicativo, o usuário mantém a conversa e fica por dentro do que seus amigos estão jogando e compartilhando.
O portátil PS Vita, contudo, oferecerá uma experiência mais completa. Quando acionado em paralelo ao PlayStation 4, exibirá informações adicionais de um jogo (um mapa, por exemplo) que esteja rodando no console. A tentativa é aprofundar o mergulho virtual do jorgador. "Teremos diferentes níveis de imersão nos games. O Vita será responsável, em alguns casos, por oferecer uma experiência mais imersiva", diz Mark Stanley, diretor geral de PlayStation para a América Latina. Stanley garante que, a exemplo do que acontecerá nos Estados Unidos, o PS4 estará no Natal no Brasil. Ele não adianta, contudo, preços. "Nossa missão é oferecer consoles e games no Brasil pelo menor preço possível", diz.
Para Brian Blau, analista de mercado da consultoria Gartner, a aposta da Sony aponta na diretação correta. "O novo DualShock é a chave para a experiência que o PlayStation 4 quer proporcionar aos jogadores", diz. O especialista destaca, no entanto, que a apresentação da empresa japonesa deixou muitas lacunas. "Foram divulgadas poucas informações sobre aplicativos que podem rodar no console, como programas do Netflix e Amazon. A Sony não detalhou como apoiará os desenvolvedores independentes", diz.
Não é a única lacuna. A mais expressiva notada durante o anúncio do PS4 foi o fato de a empresa não mostrar o novo console. O executivo da Sony defende a estratégia: "O design do console não é importante agora. Estamos focados na experiência do videogame, já que isso é algo realmente importante para o jogador." Mark Stanley também tem uma explicação para a ausência de aplicativos multimídia no anúncio. "Não temos muitos detalhes sobre aplicativos e serviços de entretenimento porque ainda estamos trabalhando nas parcerias. Teremos novidades às vésperas do lançamento."
Todas as atenções (inclusive as da equipe da Sony) se voltam a partir de agora para a E3, maior feira de games do mundo, a ser realizada em Los Angeles, em junho. Lá, a Microsoft deve apresentar o sucessor do Xbox, rival do PlayStation. Os analistas do setor apostam em duas grandes novidades. A primeira é que o novo Xbox será totalmente integrado ao Windows 8, mais recente sistema operacional da Microsoft. A segunda prevê que a gigante do software introduzirá no novo videogames a tecnologia Illumiroom, que transforma as paredes de uma sala em uma imensa tela. O recurso, que funciona através do sensor de movimento Kinect, foi considerado uma das melhores ferramentas exibidas na feira de tecnologia CES, realizada em janeiro em Las Vegas. Se a aposta se confirmar, a Sony e os PS4 vão precisar de uma nova carta na manga para conquistar os aficionados em games.
fonte: Veja/Abril
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